Nossos olhos, se um dia nasceram,
Morreram de fome.
Contamos o tempo em grandes parcelas
E esganamos os segundos.
Por que dormir
Se jamais acordamos?
O barulho da vida entra pela janela
E silencia a nossos pés...
Não sabemos onde estão os sapatos
Ou que cor tem a casa de Deus.
Todo dia passamos pela mesma rua
E, todo dia, ignoramos a arquitetura da vida...
Quando, por vezes, alimentamos os olhos,
Avistamos o mar, absoluto...
Lições de livros...
Somos parte...
Somos pequenos...
Somos relativos...
Quando os fechamos,
Não passamos de barco na tempestade.
E o mínimo, o inseto, o quark
Tudo posto e se alterando
Num sentido misterioso ou
escancarado.
Na menor fração de nós,
O enredo e a filosofia.
Pela frente,
Esperando serem desbravados,
Uma estrada de instantes.
Avante!