Alma petrificada
Extensão desregrada do âmago
Ou a própria essência
Cuspida, suada, chorada...
Não és tu a protagonista desta temporada?
Que num planeta de genialidades miscigenadas
Vomita em mim, figurante,
Feito mero parasita em putrefação
Enquanto ressurges perene?
Deusa multiplicadora de homens
A magnitude para sua concepção é ninho
E o ritual em que nasces
A coragem para te adotar
Elege-te ente primordial;
Urrante revelação do irrevelável
Teus devaneios me rondam:
Há pouco uma ópera me iludia
Quadros tagarelavam
Poesias me afrontavam
Habito
Mas quanto mais vale o que habita em quem habita
De um mortal surdo?
Vejo-me deixada como pegada de teu gigante
Cheirada feito aroma reles de peixaria
Sinto-me prenhe e louca
Milhares de almas me olham
Shirley Machado de Oliveira, analista da Promotoria de Justiça de Ibiraci