Eu beijei a boca
de uma linda mulher.
E minha boca ficou se perguntando
se aquela boca seria, finalmente,
a que eu haveria de beijar
pelo resto dos meus dias.
Meu coração se sentiria confortável
se a resposta fosse “Sim”.
Mas aquela boca de carmim,
macia de tantas promessas,
abriu-se para pronunciar incertezas.
Eu sai lentamente,
bati aporta do carro
e guardei no porta-luvas
todas as reticências que nasceram ali.
Continuo suspirando
deitado em minha cama gigantesca
e escrevendo solidão
com tinta fresca.
Ronaldo Silva, vendedor, universitário