Quero
as cadeias quebradas;
as algemas rompidas;
as palavras sangrando.
O bolero, a valsa e o rock.
Quero o que todos querem
mas só alguns se atrevem.
Quero que todos queiram
saber o que querem de fato.
Quero
o que há de azedo no mel;
o que há de inferno no céu;
o que de oculto há sob o véu;
a poesia viva no papel.
Quero só escrever.
Escrever até viver.
Viver até entender.
A riqueza do pobre;
a fé do ateu;
a contradição
do sim dizendo NÃO!
Quero não querer mais nada, por fim.
Ronaldo Silva, vendedor, universitário