Sonhos fazem-nos viver. Impulsionam, estimulam, dão rumo, orientam atitudes e empenho na busca de suas realizações. Mesmo sem qualquer talento para a dança clássica, o significado e peso do nome Bolshoi um dia passou-me a ser significativo. Nasceu-me o desejo de conhecer o cenário onde surgiram, para a arte mundial, os dançarinos Nureyev, Baryshnikov, Nijinski, Ana Pavlova e Maya Plisetskaya; onde se apresentaram Plácido Domingo, José Carreras e Luciano Pavarotti. O Teatro Bolshoi, patrimônio cultural da humanidade pela ONU e Unesco, ganhou projeção mundial através dos nomes de compositores e obras como Tchaikovsky, Gorsky e Prokofiev. No centro da imensa abóboda, sobre cadeiras forradas de veludo vermelho da platéia e galerias pintadas de dourado, destaca-se imenso lustre de cristal e metal cor de ouro que constitui, por si só, atração para quem se acomoda para assistir ao espetáculo. Vê-lo, traz a recordação do chandelier do Opéra de Paris, protagonista por si só da peça O Fantasma da Ópera, também imponente luminária. Particular sonho vê-lo aceso, acabei de realizá-lo. Entendi o motivo do antigo fascínio. O espetáculo humano, individual, mereceria ser encerrado com o solene e lento apagar das luzes do lustre maravilhoso.
(Lúcia H. M. Brigagão)