Ah, essa lua de alabastro
No cristal-seda azul
Do espaço!
Essa transparência,
Essa pureza...
Ah, o som da flauta
Vindo de longe,
Desenhando linhas
De sopro-luz
Nos caminhos da aragem,
No arrepio da pele...
Ah, essa cor fluida
Do mar oceano...
Mistério
Entre líquidos braços
Entrecruzados de sal e céu
E vagas e sargaços...
Ah, os tons de maio
Destilados em olhar de sol
De inverno
- arte de anjos já saudosos
Das tardes outonais...
Ah, essa palavra de asas cerradas,
Ave agrilhoada,
Albatroz rendido,
Pássaro acorrentado no peito!