Oh noite oceano de mistério profundo,
vem meu amado - nele navego seguro.
Em seus pés cansados da lida
derramarei óleo de olíbano
guardado em cântaro de prata;
na face as marcas do tempo
são meus nomes tatuados.
O amor em tempo da pandemia
é orvalho sobre tomilho úmido;
aroma da manjerona fresca
plantada aos pés da laranjeira.
Cabelos grisalhos, ramas de hortelã.
Suspiro eterno, doce cálculo do perfeito.
Hálito verde da cidreira, ardor dos cuidados efêmeros.
Coroarei meu amado rei no meu reino,
fiz pra ele coroa singela de mini rosas
em trama pontuada por de erva-doce.
Serei do Amor súdito vassalo:
depois de vencida as batalhas
é quem rege minhas vastidões.