Meu pai me deu a mão e me ajudou a encarar o mar à minha frente.
(Nenhum maremoto me aterrorizará, enquanto tiver essa lembrança.)
Meu pai disse “Não tenha medo! Vá em frente!”
(Enquanto o som de sua voz estiver na minha mente, terei coragem.)
Meu pai demonstrou como cuidar das minhas sementes boas e das nem tanto assim.
(Disse: “O plantio é livre, a colheita é obrigatória.”)
Meu pai me ensinou a andar de bicicleta.
(“Equilíbrio! Observe os limites! Sinais! Caiu? Levante-se!”)
Meu pai me ajudou a atravessar ruas e pontes. E avenidas. Da vida e de cidades.
(“Atenção! Você é a principal responsável por sua segurança!”)
Meu pai provou que os segredos estão explícitos na natureza.
(Todas as coisas vivas nascem, crescem, se desenvolvem e morrem.)
Meu pai revelou-me o segredo da perseverança.
(Diante da dificuldade acalme-se. Respire. Continue. Tente outra vez.)
Meu pai me preparou para ofensas, agressões e consequentes dores.
(Não revide. Quem ataca é covarde e medroso, por isso agride. Tenha compaixão.)
Meu pai me motivou a crescer e ser independente.
(Tudo está conectado. Mantenha seu eu intacto e autônomo. Preserva-o.)
Meu pai me deu diretrizes para buscar o caminho da autonomia de pensamento.
(Escute e siga com atenção a orientação que vem de sua própria alma.)
Meu pai se preocupou em mostrar-me como escapar da amargura.
(Você é a única responsável pela presença da alegria em sua vida.)
Meu pai revelou-me o segredo dos relacionamentos.
(Seja sincera. Seja tolerante. Seja paciente. Aprenda a perdoar.)
Meu pai me ajudou a subir em árvores;
Deu-me a mão para levantar sempre que caí;
Disse-me para não temer o escuro das noites,
garantindo-me o amanhecer.
Meu pai se foi muito cedo, talvez contra sua vontade.
Deixou saudades, muito mais lembranças;
Além da certeza e garantia que ninguém mais me amaria tanto,
apesar dos meus defeitos.