Lúcia Helena Maniglia Brigagão, em versos de um poema lírico, linguagem delicada mas incisiva, faz perguntas necessárias e difíceis de responder, como esta: “Há bruxas, há fadas de mãos dadas/para amedrontar ou ninar criança mal gerada?”
Há gestos que não se completam,
sejam de amor ou de dor?
Há crianças tão velhas, há velhas sem pudor
sejam elas de que idade for?
Há amanhecer,
Há anoitecer,
Há entardecer,
sem você?
Há bruxas, há fadas de mãos dadas
para amedrontar ou ninar criança mal gerada?
Há chicotes,
Há archotes, houve D. Quixote
para educar adultos incultos?
Pixotes!
Há tanta maldade, tanta vaidade, tanta vileza
Para tanta beleza latente?
Incoerente.
Há dissimulação,
Há reavaliação,
Há retaliação,
Com você?
Há a dor paralela ao prazer;
Há o choro paralelo ao amor;
Há lazer paralelo ao labor;
Há canto de pássaros;
Há uivos de cães raivosos;
Há santos caçados?
Há cassados que pedem votos;
Há casados sozinhos;
Há tanta dor no mundo;
Há eus isolados?
Há Deus?
COMENTÁRIOS
A responsabilidade pelos comentários é exclusiva dos respectivos autores. Por isso, os leitores e usuários desse canal encontram-se sujeitos às condições de uso do portal de internet do Portal GCN e se comprometem a respeitar o Código de Conduta On-line do GCN.
Ainda não é assinante?
Clique aqui para fazer a assinatura e liberar os comentários no site.
COMENTÁRIOS
A responsabilidade pelos comentários é exclusiva dos respectivos autores. Por isso, os leitores e usuários desse canal encontram-se sujeitos às condições de uso do portal de internet do Portal GCN e se comprometem a respeitar o Código de Conduta On-line do GCN.
Ainda não é assinante?
Clique aqui para fazer a assinatura e liberar os comentários no site.