Depois de ler o último livro da escritora Cirlene de Pádua, “Uma Moça Toda Prosa”, senti muita vontade de escrever-lhe essa carta.

Querida Cirlene!

“Dona moça toda prosa”, seu último livro, me levou para uma conversa boa, sentada à beira do fogão de lenha, naquelas cozinhas poéticas das Minas Gerais.

Você, realmente, conversa com o leitor, envolvendo-o nos seus “causos” e nas suas lembranças. Eu me senti, o tempo todo, conversando com você. Vendo seu jeito de contar, seu sorriso e sua fala fluente de gente “contadeira”.

De um jeito simples, mas não simplório, você traz suas lembranças de criança, fala da família e amigos, das superstições, das viagens e suas descobertas. Abre também seu coração, navegando nas saudades dos amigos queridos que já partiram. Mostra seu lado espiritualista em vários momentos, preservando sua tradição cristã. Conta fatos engraçados, tristes e alguns até inacreditáveis, como Fidelidade e a bela história do cão Thor e sua Elisa. Traz-nos surpresas transformadas em contos e, em muitos momentos, mostra seu lado alegre, de garota matreira.

Você conversou comigo, amiga, durante todo o tempo que estive lendo seu livro. Parece-me que você passou alguns dias em minha casa, como aquela hóspede querida que nos alegra com sua prosa.

Seus textos vieram também muito bem embrulhados em uma capa muito significativa e tornaram-se encantados com a bela criação de ilustrações de Toninha Ravagnani, acompanhados de todo o cuidado da Ribeirão Gráfica Editora.

Nas suas fotos, que também ilustram o livro, constatei que você é mesmo essa Dona Moça: semblante alegre, bonito, e cheio de boa prosa. Uma moça muito bela que sabe prosear.

Grande abraço, da amiga de sempre

Jane Mahalem